Empresa de biotecnologia inova na fabricação de produtos para a construção civil.
Secretaria de Ciência e Tecnologia (Setec) foi ver de perto a produção de tijolos, bloquetes e argamassa polimérica a partir de minérios e sedimentos do rio Amazonas por startup amapaense, e ainda levou outras instituições para criar rede de apoio e investimentos.
Nesta quarta-feira, 19, a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec) junto com órgãos estaduais, federais e instituições dos eixos de inovação e de comércio visitaram a sede da Mazodan para conhecer como a empresa vem potencializando a bioeconomia no Amapá por meio da produção de produtos para a construção civil, que têm como matéria-prima minérios e sedimentos do rio Amazonas.
'Trazer todas estas instituições aqui para a Mazodan tem como objetivo assegurar o compromisso do Governo do Estado em apoiar e buscar investimentos para o desenvolvimento de ideias inovadoras que estão ajudando o Amapá a criar novas oportunidades de emprego e renda', destacou Edivan Barros, gestor da Setec.
A Mazodan é uma empresa que cria produtos industrializados para a construção civil utilizando minérios e sedimentos do rio Amazonas. Atualmente, o empreendimento desenvolve produtos como argamassa polimérica, tijolo, bloquete, tinta e telha.
Os produtos são fabricados com um pó mineral chamado 'silte tucujuara', que substitui a mistura de areia com cimento. A descoberta foi realizada em 2014 pelo engenheiro agrônomo Cristóvão Lins, de 76 anos.
'Os siltes são minúsculas partículas detríticas menores que um grão de areia, que comprovadamente podem ser empregadas criar produtos que tornem os custos de obras mais baratos', explicou o patenteador do uso do silte.
Com o apoio do Sebrae Amapá, a descoberta do silte junto com a vontade de inovar resultaram na criação da Mazodan, que começou a operar no estado em 2022 com a proposta de aproveitar economicamente os sedimentos contidos no Amazonas e criar uma nova cadeia produtiva dentro do setor de construção civil.
Para o engenheiro civil Benedito Picanço de Lima, de 45 anos, que participou da visita à Mazodan, os produtos desenvolvidos pela empresa têm um grande potencial no estado, pois atendem critérios de qualidade exigidos pelo mercado e ajudam a preservar o meio ambiente.
'Esse material é totalmente inovador, extraído aqui mesmo da região, o que vai trazer um custo-benefício bem amplo pra gente que trabalha com a construção civil no estado. Mas não é só isso, a produção destes produtos também tem um lado ambiental, porque ajuda a cuidar do nosso rio', disse o engenheiro.
Ao final do encontro, foram apresentadas à Mazodan uma série de encaminhamentos como disponibilidade de laboratórios, auxílio na criação de site para o empreendimento e assistência técnica para consolidar no estado todos os produtos criados pela empresa.
'A gente tem visto esse apoio das instituições e, principalmente, do Governo do Amapá, que tem se mostrado muito ativo e interessado em desenvolver o estado, se colocando ao lado do empreendedor para incentivar e fomentar iniciativas da bioeconomia', ressaltou Michael Carvalho, CEO da Mazodan.
Além da Setec, participaram da visita representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sebrae, Universidade Federal do Amapá (Unifap), Instituto Federal do Amapá (Ifap), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá, Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), Organização das Cooperativas do Estado do Amapá (OCB/AP), Fecomércio Amapá, Associação de Empresas de Tecnologia do Amapá (Amapatec) e Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).
*Kelison Neves/Setec
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