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Escassez do camarão regional na foz do Amazonas é tema de audiência pública no Amapá

O evento vai acontecer na manhã dessa sexta-feira, 28, na Assembleia Legislativa e tem o objetivo de discutir o manejo do camarão, cuja captura com pescas predatórias tem levado a escassez do produto na região.



O camarão da Amazônia, ou camarão regional, iguaria que resulta em um dos carros-chefes da gastronomia amapaense, o camarãono bafo, está sumindo da mesa de restaurantes e residências. A pesca predatória, a captura em grande escala e doenças que vem atacando a espécie são alguns dos motivos apontados por pesquisadores da Embrapa que ainda estão estudando o caso.


O evento vai contar com a palestra do biólogo e pesquisador da Embrapa, Jô de Farias Lima, que vai falar sobre o ciclo reprodutivo do camarão-da-amazônia e sua gestão socioambiental. A audiência tem como tema “Camarão-da-amazônia: legislação, manejo e comercialização no estado do Amapá”, e foi requerida pelo deputado Diogo Senior (MDB).


O evento também pretende abordar o aspecto da comercialização em bares e restaurantes do Amapá, técnicas e desafios da pesca artesanal do camarão na região, segurança alimentar nas comunidades tradicionais da Amazônia e legislação estadual sobre o assunto. Foram convidados autoridades estaduais, gestores de órgãos reguladores e de fiscalização e de entidades da cadeia produtiva do camarão.


O estuário do Rio Amazonas é um dos grande bancos camaroeiros do mundo


Há tempo que comunidades pesqueiras localizadas na foz do Amazonas relatam as dificuldades cada vez maiores na pesca do camarão. A redução drástica do estoque camaroeiro na região e a mortalidade em massa desta espécie tem levado a Embrapa a estudar o assunto, cujo efeito da escassez tem surpreendido restaurantes, supermercados e outros pontos de venda.


A mortalidade em massa levou a Embrapa a reforçar o trabalho de análises das amostras de camarão regional coletadas em pontos de captura em comunidades de Mazagão, Santana e Afuá, localizades que compõem Estuário Amazônico na divisa dentre Amapá e Pará. O material está sendo analisado em parceria com cientistas especializados em vírus, bactérias, fungos e parasitas que afetam camarões. O objetivo é verificar se procede a hipótese de microorganismos causadores de doenças que afetam o estoque natural de camarão na foz do rio Amazonas.

De acordo com o biólogo e pesquisar Jô de Farias, em 2020, a Embrapa iniciou pesquisa para desenvolver novas tecnologias para produção de camarão rgional em cativeiro. Todas as circunstâncias relacionadas à criação estão previstas neste projeto, desde a etapa de produção dos alevinos com crescimento e engorda em tanques, até os aspectos de nutrição e de sanidade.


No ano seguinte, 2021, surgiram os primeiros relatos de ocorrência de camarão afetados com uma doença denominada de “cabeça vermelha”, uma característica onde o camarão fica com a cabeça e as brânquias avermelhadas e acabam morrendo.


Ainda de acordo com informações da Embrapa, em 2022 este cenário se agravou, com registros feitos pelos pescadores que relataram uma redução drástica no volume camarão pescado, mesmo eles utilizando os mesmos apetrechos. Jô de Farias Lima, acrescenta que é importante também uma atuação emergencial dos órgãos que atuam em assistência, a fim de garantir a segurança alimentar de cerca de 10 mil famílias afetadas diretamente pela escassez do camarão.

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