Indígena que passou 10 anos sem mastigar carne ganhou prótese do “Doutores da Amazônia"
Imagem: Kelisson Neves
O indígena Pacuí Waiãpi, 47 anos, nunca havia recebido atendimento odontológico em sua vida. Fazia cerca de dez anos que mastigar direito era a sua maior dificuldade por conta de falhas em sua dentição inferior, principalmente quando o alimento era carne. Mas o problema foi resolvido após uma ação de cidadania desenvolvida na terra indígena (TI) Waiãpi pela ONG Doutores da Amazônia, em parceria com o governo estadual, que propôs a ação através do programa Mais Sorriso.
Picuí Waiãpi recebeu nesta segunda-feira, 26, a prótese dentária removível que lhe fez novamente mastigar com normalidade e voltar a sorrir. Assim como ele, centenas de crianças e adultos indígenas da etnia waiãpi, foram atendidos pelo programa desenvolvimento pelo governo com o intuito de levar serviços de saúde às reservas indígenas do Amapá.
"Estava com muita dificuldade para mastigar, principalmente, quando era carne. Não conseguia de jeito nenhum, mas, com a prótese, agora estou conseguindo mastigar direito', disse Picuí.
Nunca uma ação levando serviços de odontologia havia chegado na terra indígena waiápi. A ação, além de atendimentos em saúde bucal, os indígenas também puderam acessar próteses dentárias, confeccionadas dentro de laboratórios especiais levado a campo pelo projeto.
Para o técnico em prótese dentária Gledison Costa, de 40 anos, que está na sua sexta missão com a ONG Doutores da Amazônia, o trabalho realizado para levar assistência odontológica para os povos indígenas do país tem alguns obstáculos, mas é gratificante.
"Fico feliz em ver as próteses que eu fiz para pessoas que eu nunca vi, mas que faço questão de ajudar. Ver eles sorrindo e felizes depois do atendimento não tem preço", disse o voluntário.
Mais Sorrisos
A ação do programa 'Mais Sorrisos', vem garantindo atendimento com próteses a mais de 20 indígenas da TI Waiãpi. Mas os serviços levados ao povo indígena não se limitou a odontologia, foram oferecidos também atendimentos pediátricos, clínica geral, oftalmologia com entrega de óculos de grau, exames laboratoriais, ginecologia, fisioterapia, enfermagem e assistência farmacêutica, além de cadastro de indígenas no Cadastro Único (CaÚnico) e no programa Renda Para Viver Melhor. A ação finaliza nessa quarta-feira, 28.
A parceria conta, ainda, com apoio do Exército Brasileiro, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Amapá e Norte do Pará, da Secretaria de Saúde de Pedra Branca do Amapari e dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues.
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