No fundo do poço, Furlan se atrapalha no caos do transporte público e compromete sua reeleição
Para completar a dose, a diretora-presidente da Companhia de Transporte de Macapá (CTMac), Patrícia Almeida, teve um áudio seu vazado de uma reunião onde assegura não possuir mais "solução" para o colapso. Ainda assim, foi a imprensa dizer que até o aniversário de Macapá, 4/5, a expectativa é de 215 ônibus.
Atônita e no paredão, a gestão capitaneada pelo prefeito de Macapá, Antônio Furlan, não consegue um antídoto para sanar o sangramento da pior ferida da gestão, se atrapalha nos números e não vê o horizonte clarear. Diante das declarações da presidente da CTMac, Patrícia Almeida, Furlan vê sua reeleição derretendo entre os dedos.
Em um áudio que viralizou em grupos virtuais, Patrícia Barbosa assume que o colapso do setor é uma realidade e cita como exemplo o conjunto habitacional Macapaba, na zona norte da cidade. “Temos 30 mil pessoas no Macapaba e apenas dois ônibus para atender... então eu não tenho como dar outra solução. Estão andando de bicicleta. Essa é a realidade de Macapá”, disse ela.
A diretora da CTMac ainda tentou amenizar o impacto do áudio afirmando ao jornalista Luiz Melo, em entrevista nesta quarta-feira, 17, que a expectativa seria 215 ônibus até o aniversário de Macapá, daqui a 17 dias, 4 de fevereiro. Mas a emenda saiu pior que o soneto, e logo caiu em si, assumindo que Macapá não tem transporte público.
O colapso no setor vem minando a reeleição do prefeito Furlan frente a prefeitura de Macapá, em todos os sentidos. Segundo fontes ligadas à sua gestão, não há assuntos que o incomodam mais que transporte público, corrupção, lixo e geração de emprego.
Para seu desgosto, são os assuntos mais comentados pela população nas redes socias, mas é o transportes de trabalhadores, de mulheres grávidas, jovens, crianças, idosos, cegos, surdos e mudos, de habitacionais populosos como o Macapaba, Miracema, e de bairros periféricos, que vem transformando e escurecendo o cenário político do prefeitão .
Ano vital para sua sobrevivência politica como gestor público, 2024 começou com uma onda de protestos nas redes sociais cobrando ônibus novos. Como se não bastasse, enfrenta denúncias de corrupção tanto no setor de transporte público, na CTMac, quanto no campo de obras públicas, conforme já publicado na imprensa local.
De acordo levantamento publicado em vários portais de notícias, a frota de ônibus chega em 2024 atingindo o menor número de veículos numa série histórica de 13 anos. Nesse período, encolheu 80%.
Teve o seu maior numero de veículos em 2018, na gestão Clécio Luis, com 210 veículos. Durante a pandemia em 2020, a frota era de 178 ônibus. A partir de 2021, ano de gestão de Furlan, os números vieram caindo vertiginosamente sem que algo fosse realizado para evitar o caos. Hoje, segundo dados do Setap, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo, a frota é de apenas 33 veículos. Mas a prefeitura diz haver entre 45 e 55 veículos. Ou seja, nem a própria gestão sabe o número certo.
Sem alternativa para enfrentar o colapso, Furlan se agarra a receitas ultrapassadas e sem efeito algum, como culpar adversários políticos pela sua má gestão que levou o setor de transportes público ao fundo do poço.
Além de culpar o ex-prefeito Clécio Luis, Furlan ainda roga esperanças para que alguma empresa de outro estado possa atender ao chamamento público ainda em aberto. Mas na realidade atual, a única empresa que havia aderido ao edital, desistiu no início desta semana de operar em Macapá, a Deciclo Ambiental, cujos ônibus anunciados por Furlan estavam fora do tempo de rodagem exigido pela legislação em vigor. Enquanto isso, a população segue padecendo esperando uma salvação.
Comentarios