O que há por trás das pesquisas encomendadas por Furlan?
O Instituto Paraná Pesquisa aferiu mais uma vez a política no Amapá, mas não avaliou somente a corrida eleitoral para a prefeitura da capital, vem medindo com frequência a popularidade da gestão Clécio Luís e do governo Lula na capital.
O Instituto é o mesmo que em 2022 afirmou que Jaime Nunes liderava a corrida para governador do Amapá e acabou dando Clécio no primeiro turno com 53.69% dos votos válidos. Mas os números do Instituto, não são sólidos, uma vez que o “humor eleitoral” muda muito após o início da campanha eleitoral. Mas antecipar números positivos à Furlan na pré-campanha só revela a principal estratégia, polarizar a política com o governador Clécio Luís. Ou seja, antecipar a eleição de 2026.
A pesquisa ouviu 800 eleitores e foi registrada no TRE/AP sob o nº AP-07537/2024. Trouxe na planilha os nomes de Aline Gurgel, Antônio Furlan, Gilvam Borges, Jesus Pontes, Josiel e Paulo Lemos. Vale lembrar que Patrícia Ferraz ficou de fora do questionário.
Mas nomes nesse momento é o que menos importa para Furlan. O fato é que Furlan quer nessa pesquisa abrir caminho para polarizar a campanha para prefeito de Macapá não com seus adversários no pleito, mas sim com o governador Clécio Luís. A intenção é clara, polarizar com um gigante para manter a popularidade durante a campanha e tentar diminuir seus adversários naturais. O prefeito vem tentando emplacar essa polarização desde meados do ano passado, quando sondou seu nome para o governo.
Mostrar que sua gestão (86% segundo a pesquisa) é maior que a de Clécio (51% segundo a pesquisa) é tentar desacreditar a gestão de Clécio na capital, diminuir a importância da eleição municipal e, consequentemente, seus adversários naturais. E tentar viralizar essa polarização desde a pré-campanha através de números - nem tanto confiáveis como os de 2022, é o que Furlan mais deseja.
Sabendo possuir fragilidades muito graves em sua gestão, inclusive com danos comprometedores que podem, inclusive, atrapalhar sua campanha através de outras muito bem elaboradas, Furlan sabe que precisa dar um passo maior que a perna e sua aposta é alta. E por ela, passa a avaliação do governo federal no Amapá, mas o objetivo não é sondar apenas ações das duas gestões, mas colocar as duas no mesmo patamar, muito abaixo do seu.
A única coisa que Furlan não deseja é sair da sua zona de conforto, onde mantem-se como o “otherside” da política amapaense - como se diz no jargão político, ou seja, o “diferente”. Médico cirurgião, tem maturidade suficiente para saber que a sua “zona” de conforto é também seu próprio veneno.
*Por Fernando França
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