Professores temem calote de Furlan após promessa não cumprida
"Não adiantou o prefeito publicar vídeo mostrando ter havido acordo, que teria suspendido uma greve da categoria.
Nossa categoria decidiu que se houver quebra do acordo por parte do prefeito Antônio Furlan, nós também vamos quebrar nosso acordo”, diz líder sindical.
Imagem: reprodução/internet
Na mira dos professores municipais, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, passou por mais um vexame essa semana, após ser confrontado por dirigentes sindicais quanto ao reajuste salarial de 6% mais a incorporação de adicional de 10,6% no salário base da categoria prometidos por Furlan e até agora não cumprido.
De acordo com fontes ligadas ao gabinete do prefeito, a demora na decisão de pagamento do que foi acordado com os professores, é porque não há recursos no momento para honrar o compromisso. Quanto aos recursos do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), a Prefeitura ainda não deu transparência às informações.
Segundo o professor e sindicalista Juan Lincol, as “propostas vexatórias” de Furlan durante o movimento de paralização no início de abril incluíam incorporação de rubrica paga sobre o valor do salário base, incorporação da regência de classe e sua posterior extinção, como extinção também da dedicação exclusiva, as quais os professores têm direito por lei.
Ou seja, a “proposta vexatória” era extinguir direitos garantidos em lei e usar um adicional do próprio salário dos professores como se fosse aumento real, o que manteria o salário da categoria no mesmo patamar. “É um dinheiro que a gente já recebe”, protestou o professor.
A contraproposta dos professores foi de incorporação dos 10,6% e a permanência da dedicação exclusiva e da regência de classe. Diante dessa proposta aceita pelo prefeito, os professores suspenderam a paralização sob a promessa de Furlan em cumprir o acordo ainda no mês de abril, o que não aconteceu. “Suspendemos a paralização porque houve uma promessa do prefeito, mas nós não vamos parar”, enfatizou Juan Lincol.
A proposta foi submetida à Câmara Municipal no dia 19 de março, mas não entrou em pauta desde então, o que levou a categoria a desencadear um movimento cobrando do presidente da Casa, vereador Marcelo Dias (Solidariedade) que paute a matéria imediatamente.
Juan Lincol informou ainda que a categoria tomou a decisão de ser incisiva na cobrança para que não acontecer o que ocorreu em 2022, quando o prefeito de Macapá propôs reajuste salarial em maio e só o deu em setembro após cobrança rigorosa da categoria. “Começamos o movimento dentro da base, começamos a pressionar e tomamos a decisão de ir para as ruas novamente caso o prefeito e o presidente da Câmara não cumpram com as suas responsabilidades”, sustentou o professor.
Na última quinta-feira, 4, a categoria invadiu a galeria da Câmara Municipal com palavras de ordem e vaiando a base de vereadores do prefeito Furlan. O ambiente não ficou nada amistoso e a sessão foi suspensa.
O clima entre o prefeito Furlan e a categoria dos professores vem tomando proporções de embates. "Não adiantouo prefeito publicar vídeo mostrando ter havido acordo que teria suspendido uma greve da categoria.
Nossa categoria decidiu que se houver quebra do acordo por parte do prefeito Antônio Furlan, nós também vamos quebrar nosso acordo”, disse enfático Juan Lincol.
Ainda de acordo as informações, a vice-presidente da executiva municipal de Macapá (Sinsepeap), Iara Lucia Aguiar Marques, teria passado as últimas semanas tentando buscar informações junto ao gabinete de Furlan se as promessas iriam ser cumpridas, mas teria sido uma jornada em vão.
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